sábado, 30 de dezembro de 2006

Papai e Mamãe

Papai e mamãe formam o casal perfeito. Casados há 34 anos, são uma música do Caetano Veloso tocada numa noite de lua cheia. São o feijão e o arroz que juntos se complementam. Lutaram os dois, sofreram os dois, sonharam juntos e construiram o que há de mais importante: o amor. Nem uma guerra os separou, nem as mudanças de países, de clima, nada foi maior do que o que sentem e do que a vontade de estarem sempre juntos.
Aos dois, devo tudo. Uma educação baseada na liberdade de opção, o carinho todos os dias em cima da mesa, a preocupação constante por estarem presentes, mesmo que de longe.
Aos dois que eu amo muito, aqui vai o meu muito obrigado!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Pensar Global e Actuar Local

Uma grande tanga que tenho ouvido ultimamente e com muita frequência é a o do “ pensar global e actuar local”. Pior do que isso só a do “num casamento que dá errado, os dois têm a culpa”. Isso é uma heresia. Qualquer pessoa inserida no mundo actual, digamos, na nova economia, pensa e actua globalmente. Quem é que não pensa, tendo uma empresa portuguesa, estar inserido no mercado ibérico, ou no mundo global? Quem é que actualmente não faz tudo por poder estar no mundo global? Quantos sites portugueses não tem o “dot com”? E isso não tem nada de mau. Hoje o globo não tem grandes fronteiras, apenas as legais. E essas são ultrapassáveis. E todos nós sabemos que uma grande vantagem competitiva é a de estar a actuar no globo, sem meios termos, em inglês, aportando os nossos conhecimentos. As fronteiras só existem para os medíocres. Nós somos desmedidos. O que está por vir é bom, certo?

P.S 1: Tenho uma amiga que foi à Tailândia e que, desde então, importa para Portugal, colares tailandeses através de um exportador português na Tailândia... O negócio em Portugal é um sucesso!
P.S 2: Tenho um amigo que montou, há cerca de um ano, uma empresa de consultoria em Portugal e que hoje já tem "oficinas" em Espanha, que tal?

Parasita-Môr

Desta minha vida em consultoria já encontrei vários tipos de perfis: o narcisista (“eu é que sou bom”), o clássico (Keynes, Marx e pouco mais), o Hitler (“crucificamos o inimigo”), o totó (“temos é que tomar notas”)...
O pior perfil que encontrei até hoje é o do “parasita-môr”, aquele que frequentemente usa expressões tais como;
- “Mudança? E as regras?”;
- “Isso só trás chatices...”
- “A que horas saio?”
- “Esse problema é de impossível solução...”

A nossa sociedade está cheia de “parasitas-môr”. Tipicamente aqueles que só encontram problemas e nunca soluções, melhorias, alternativas... palavras fora do dicionário. Com esses é que não vamos lá. São, normalmente, pessoas que trabalham das nove às seis, não produzem nada de novo (só fazem aquilo que alguém manda), estão-se sempre a queixar (“esta empresa não presta”), arranjam desculpas (trânsito péssimo, filho doente, a terceira avó morreu, etc). Em vez do choque tecnológico, que tal um guerra contra a epidemia dos parasita-môr???

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

O Ciclo de Vida

Gostava de ouvir algum político falar sobre o ciclo de vida. Sim, porque o ciclo de vida mudou e é uma mudança estrutural, e ninguém se deu ao trabalho de analisar essa questão que é, para mim, essencial.
As mulheres, até bem pouco tempo atrás, casavam-se e tinha filhos por volta dos 25 anos (porque aos 28 anos a mulher passa a ser menos fértil), começávamos a trabalhar aos 23 anos, nos reformávamos (past tense), aos 65 anos. Mas a realidade é que nos casamos cada vez mais tarde... por volta dos 28 anos. Temos filhos aos 30 e muitos. Aliás, nos casamos quando queremos... Começamos a trabalhar cada vez mais tarde porque, infelizmente, aceder ao mercado de trabalho com uma licenciatura é cada vez mais difícil, e lá andamos nós a fazer cursos de pós-graduações e mestrados (sem ter experiência profissional). E sabemos que vamos trabalhar até aos 70 anos. Tudo isto é real, logo o ciclo de vida mudou. Como mudaram os ciclos de vida dos produtos, das empresas, e do trabalho. Por que é importante? Porque é necessário repensar! Por exemplo, vemos anúncios de emprego que exigem pessoas com até 28 anos... Porque limitamos as oportunidades à pessoas com idade inferior aos 50 anos... porque continuamos a achar que alguém que tem 30 anos e que não está casado, tem alguma coisa de errado... E que tal se enfrentássemos a realidade?

Gostava de ser como dantes

Gostava de ser como dantes...Estava sempre a rir, rodeada de amigos, bronzeada... Gostava de ser como dantes, quando não existiam estereótipos, nem realidade, nem segundas intenções. Em vez do fato era o biquini, em vez de factos eram sonhos... Gostava de ser como dantes, quando o mundo era conquistável, os amigos fiéis, e os amores eternos...

O meu porto seguro

As três eram o fenómeno de Luanda. Cada uma com o seu estilo.
A tia-avó Lucinda subia em tractores, conduzia a produção, trabalhava duro. A tia-avó Estrela andava sempre impecavelmente vestida, com o seu jeito suave e adorava bailaricos. A minha avó Joana era a sensação por onde passava, com os seus cabelos pretos, lábios grossos e formas arredondadas. Usava uns vestidos pretos, colados ao corpo, feitos por uma modista especial. A minha avó Joana foi o meu porto seguro durante muitos anos, a quem devo grande parte da minha formação e da minha forma de ser.
As três, que o destino uniu, formavam um par perfeito. As três juntas que vi tantas vezes rir...Os nossos almoços de funjada angolana regada a bons vinhos irão ficar para sempre na minha memória. Sinto saudades. Sinto a vossa presença a todos os instantes. Gostava de lhes ter dedicado mais tempo. Às três que amo e que adoro, aqui vai um grande beijo.

To be or not to be

Abandonei o curso de medicina logo ao início. A bioquímica tirava-me do sério, com aquelas veias desenhadas, o meu estômago começava a dar voltas e não fui capaz. Isso antes de ter sido levada à morgue e de me terem posto um olho na bata! A maior nota que tive foi “pi” (3,1416).
A partir do abandono, fui parar à uma psicóloga que me submeteu a uns quantos testes psicotécnicos. Resultados: em primeiro lugar: engenharia; em segundo: música; e em terceiro lugar: economia. Imagino que engenharia pela facilidade que tenho em fazer contas. A música, pelo desenvolvimento do sentido da audição depois de tantos anos de ballet clássico. A economia ... enfim, porque mistura o social com os números e dá para qualquer pessoa. A economia é como o zodíaco...qualquer previsão generalista pode bater certo. Fui pelo caminho mais fácil: o da economia, claro. Gostei do curso, mas se soubesse o que sei hoje teria ido para o jornalismo, porque gosto de comunicar, gosto de ouvir e de escrever. Muito provavelmente seria jornalista de guerra e daria voltas e voltas pelo mundo a fora. Quem sabe se numa próxima vida?

Decepção consequência da ilusão

Já não postava há algum tempo. Foi tempo suficiente para me decepcionar. Não percebo como fui tão estúpida em confiar em alguém. As pessoas usam e abusam dos outros. Mas quem me decepcionou eu já conhecia há mais de 9 anos!!! Casei com essa pessoa (sim! eu casei!!!), assinei um contrato que, caso desse para o torto, eu seria prejudicada. Mas confiei. Por que não? Essa pessoa era sempre tão honesta, tão certa, tão sincera! Balelas. Afinal, fiquei sem a pessoa, fiquei sem o meu dinheiro e não sei que coisas mais irei perder. Mas há algo muito mais valioso e marcante que eu perdi: a confiança.

Devias ter pensado nisso antes...

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Estas coisa da Gestão...e da Digestão

Estou no mundo da gestão que tem o seu lado fascinante e um lado hipócrita de difícil digestão...Todos querem vencer de forma desmedida porque vencer é poder e o poder é soberano. Vejo aqueles que conseguem gerir recursos, activos, culturas, problemas. Mas vejo também aqueles que apenas sabem...digerir...

Estou ansiosa por ver nascer nos cursos de gestão disciplinas como:
- Introdução ao mundo dos cães
- Como lidar com o colega ao lado
- Como engolir sapos
- Como trabalhar de forma eficiente

- ...

Seria importante dar a conhecer aos alunos das licenciaturas que anseiam pela entrada no mercado de trabalho que nem tudo são sonhos e que a realidade é cruel e que muitos deles não estão preparados para a conhecer...por isso é que tantos sofrem diariamente, perdem a motivação, e se deixam levar por grandes depressões. Eu não tive ninguém que me ensinasse e tive que levar com frequentes murros no estômago...


Se alguém estiver interessado, proponho e promovo este tipo de disciplinas...

sábado, 9 de dezembro de 2006

Direito à felicidade

O primeiro direito da Constituição deveria ser o direito à felicidade. Desta forma, coisas como o direito dos homessuexuais, o aborto ou a eutanásia, seriam assuntos mais levados a sério. Todos temos o direito de sermos felizes. E quando discutimos leis, referendos, parece que nos esquecemos que somos seres humanos, que cometemos erros mas que lutamos todos pelo mesmo...pelo direito à felicidade....e que devemos ter a opção pelo livre arbítrio. Se não somos felizes, a vida perde sentido...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

O Recomeço

Alguém me sabe dizer como é que se recomeça uma vida de solteira depois de ter estado casada? É porque eu já não sei...Já não sei não pensar a dois, não sei deixar de sonhar a dois...Ficaram tantos planos por cumprir...os filhos, as viagens, todos os projectos em conjunto foram por água abaixo, foram pelo cano, sem deixar aviso prévio...De repente, num piscar de olhos, tudo muda e todos os sentidos passam a ter uma dimensão diferente...Dimensão que eu ainda não gosto...Devias ter pensado nisso antes...
E agora, alguém sabe a melhor forma para recomeçar?

Devias ter pensado nisso antes

Devias ter pensado nisso antes. Dei este nome ao blog por ser uma frase que tenho ouvido muitas vezes ao longo desta minha vida. Ouvi na semana passada quando passei por um traço contínuo e fiquei com uma infracção grave no registo...Oiço do meu marido o tempo todo, dos amigos e dos pais...Ouvi do dentista quando disse que comi muitos chocolates e rebuçados quando criança, ouvi dos professores quando não estudava e ia furiosamente reclamar um aumento de nota, ouvi e oiço do meu outro eu que existe aqui no meu inconsciente.

Ora nem mais...devias ter pensado nisso antes!